domingo, 29 de agosto de 2010
Testamento
Quando você me deixar
Por favor
Não me deixe bens
Móveis ou imóveis
Nem casa, nem carro
Nem conta bancária
Ou previdência privada
Não me deixe nada
Quando você me deixar
Por favor
Não me deixe dívidas
Obrigações ou títulos
Duplicatas divididas
Em faturas ou carnês
Enterre tudo com você
Quando você me deixar
Por favor
Não me deixe sonhos
Só quero o seu travesseiro
Testemunha das noites
Guardando o seu cheiro
Só essa lembrança
Minha única herança
Quando você me deixar
Por favor
Não me deixe
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
O livro
Porque se atura tanta literatura? Escrever até escrevo. E gosto, porque é algo que se precisa. Porque não precisa. Mas fazer um livro?. É assim como procriar, deixar um broto, um rastro, um retrato. Fica para toda a vida. Isso eu não quero. Ou quero? Ou há escolha? Há sentido em trepar se não for para procriar? Por nada, só porque deu vontade, uma compulsão, masturbação. Escrever porque descansa. E cansa. E aí a gente senta e deita. Deita a tinta e o papel aceita, em seu leito. Lá onde me deleito. O papel chupa a seiva da caneta, como se tinta fosse leite e a pena uma teta. E a palavra vira sustento. Escrevo, então, por precisão. Ou porque não preciso. Posso até escrever, mas fazer um livro. Ah...aí , não.
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