sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O livro

Porque se atura tanta literatura? Escrever até escrevo. E gosto, porque é algo que se precisa. Porque não precisa. Mas fazer um livro?. É assim como procriar, deixar um broto, um rastro, um retrato. Fica para toda a vida. Isso eu não quero. Ou quero? Ou há escolha? Há sentido em trepar se não for para procriar? Por nada, só porque deu vontade, uma compulsão, masturbação. Escrever porque descansa. E cansa. E aí a gente senta e deita. Deita a tinta e o papel aceita, em seu leito. Lá onde me deleito. O papel chupa a seiva da caneta, como se tinta fosse leite e a pena uma teta. E a palavra vira sustento. Escrevo, então, por precisão. Ou porque não preciso. Posso até escrever, mas fazer um livro. Ah...aí , não.

Um comentário:

  1. Escrevo para viver, me entender, reconectar-me. É onde me procrio e expio meus pecados, lamento dores, amores. Escrevo para o sustento e o lamento.
    Beijo

    ResponderExcluir